Arte

Wagner Rengel: Fluxo

Wagner Rengel: Fluxo
Acervo pessoal

Passou e não vi
Quando estive ali
Só Senti

Burburinhos acenam
Descendo abaixo sonoros
Extravagantes silêncios
Não li

Confusões anunciam quedas
Leves brandas lisas pedras
Respingos finos aprendem a voar

Chega a hora
Não tem festa, nem despedida
É tarde
Apenas um aceno
Sorrisos distantes
Tudo bem
O mundo logo amanhece de novo

A fragilidade dos sonhos
Os sapatos apertados
Retirados
Os copos espalhados
Marcados
Restos restos restos

Bocas abertas
Olhos dilatados
O peito respira ansioso
E bate por imposição

Teve um tempo que pensava em rimas
E depois em redondilha maior
Amanheceu e fim
Esqueci

Corpos sem donos movem memórias
Desejos intrínsecos das histórias
Carne pele cabelos
Sem distinção

Dissecam vontades
Interpretam gestos
Resumem, separam, retiram
Anatomia da sede

Tivemos tempo
Ainda há tempo
Há tempos

Chega a hora
Nem o que ficou
Nem o que esqueceu
Presentes são ausências

Memórias de desejos
Corpos das histórias

E tudo virou verbo
Fim.

Wagner Rengel

Wagner Rengel quis ser silêncio depois pássaro depois peixe depois vento depois grilo quis ser gente depois nada. Mora em Curitiba.

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